Estou indeciso

Ainda não assentei na cabeça sobre o que escrever. O que mais custa é seleccionar, de entre tanta coisa que nos aparece diáriamente. E depois pergunto-me: falarei do que me interessa ou sobre o que deverá suscitar o interesse de quem me lê? Deverá este espaço ser um confessionário, um sofá de um psiquiatra, a orelha de qualquer outro confidente, um púlpito ou um caixote sobre o qual me posto para que todos me oiçam?
O meu interesse pela política vigente é diminuto. Por futebol nem se fala. Que me resta?
Talvez debitar a minha opinião sobre o que os outros escrevem ou fazem? Dirão que é uma tarefa menor. Será? Ele há tanto crítico que perora sobre actividades ou assuntos que nunca desenvolveu ou estudou aprofundadamente, respectivamente, e que é louvaminhado por quem deseja ser conhecido.
É isso mesmo! Vou ser um CRÍTICO. Sempre fui criticado desde criança por estar sempre a criticar os outros. Vou finalmente realizar-me!
Não se amofinem com o que eu possa escrever nem o levem para o campo pessoal. Muito do que daqui saír será rigorosamente passado ao filtro do coração. Os sentimentos mais nobres ficaram retidos e só a racionalidade despida de qualquer subjectividade será aventada aos leitores.
Ah, e tentarei não estimular o diálogo. Por uma questão de princípio. Tenho umas ideias muito próprias sobre a democracia.