segunda-feira, abril 10, 2006

Poesia Alentejana

De autor desconhecido

Tava eu a tirar moncos
lá da cana do nariz
anquanto fazia uma mija
assim tipo chafariz

Tinha a bexiga tã chêia
que fiquê lá uma hora
quando me assomê em volta
vi que tinha ido tudo embora

Sacudi o coiso e tal
enquanto coçava a bilha
de tal manêra atascado
que o entalê na braguilha

Tirê as botas do lodo
que fizera na mijada
sacudi tamém as calças
sempre com ela entalada

Pedi ajuda à Ti micas
que cerca dali morava
mas depilou-me os tomates
da força com que a puxava

Ensanguentado na pila
fui aos tombos pelo monti
vomitando quasi as tripas
nã sêi se queres que te conti

Como comera dôs pães de quilo
e um garrafão p'rajudar a empurrare
na admira que tivesse
três horas a vomitare

Detê-me na palha fresca
para ver se descansava
enterrê-me logo em bosta
de uma vaca que passava

E foi assim que essa tarde
conheci um caracole
os dois deitados na palha
com os cornos a secare ao sole

2 Comments:

Blogger Acácio Simões escreveu...

vou roubar essa poesia para a minha secção alentejanando...espero que nnam simporte ó compadre TELES!
Feliz Páscoa

19:08  
Blogger Diolindinha escreveu...

Ma que lindos versos, ó compadri!
Dê um saltinho até cá!

09:53  

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