quarta-feira, junho 01, 2005

Protopoema quente

Do calor das pedras transpira o meu torpor,
Como aos braços lassos, o peso da preguiça
Paralisa as minhas pernas quedas
E esmaga em mim as últimas partículas da vontade.
Espojado e abafado rasgo-me nos torrões
Deixando um rasto de suor, qual gastrópode,
Ociosa passadeira translúcida onde se translada o já nada
A caminho da sombra.
Que calma que faz!

5 Comments:

Anonymous Anónimo escreveu...

Acredita que o seu "Protopoema" conseguiu transportar-me ao meu Alentejo? Quando um poema nos transmite algumas sensações, é sinal de que o mesmo é bom. Não digo só em termos meramente literários, mas sim nas emoções que pode provocar. Para mim, isso é o essencial da poesia. Obrigado. JCarvalho

12:32  
Blogger JMTeles da Silva escreveu...

A ideia foi essa. Obrigado pelas suas palavras.
Não sei se os não alentejanos sabem que calma = calor.

15:20  
Blogger Crepúsculo Maria da Graça Oliveira Gomes escreveu...

Então assim tão cansado, as emoções que transmites sao fortes, mas tem calma homem não te canses, ainda só vais a meio do caminho.
beijo amigo

17:34  
Blogger Mitsou escreveu...

Gostei do poema e gosto muito de gastrópodes. Tenho-os aqui no terraço e não lhes faço mal embora me dêem cabo das plantas :)
Beijocas!

21:36  
Blogger Raquel Vasconcelos escreveu...

Oh Mi... e eu que queria q ele mudasse os gastrópodes...
raios q mal digo a palavra...


(passa mesmo uma imensa sensação de sol que faz suar... de paragem...)

Beijinhos e nada de palavrinhas lamechas senão...
:*

21:40  

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