quarta-feira, maio 18, 2005

Vento


Odeio o vento. Assumo que é uma declaração idiota para quem escolheu viver em Cascais. Nem posso alegar ignorância prévia pois já sabia de existência um bairro chamado Pai do Vento, antes de me mudar para ali.
Tive um pequeno iate à vela, um Merlin 28, para quem está dentro do assunto, e durante os anos em que dele gozei, se estava em casa e o vento soprava como só é possível na abas meridionais da Serra de Sintra, não pregava olho toda a noite com medo que a porcaria do barquito desalvorasse mar adentro.
Passada essa preocupação com a venda do dito eis que se me põe outro problema existencial que tem a ver com a rarefacção daquilo que foi uma basta cabeleira.
Por qualquer razão muito deles, não há barbeiro que ao ver a escassez pilosa no cocuruto não seja tentado a deixar os cabelos, que orlam essa clareira, mais compridos que os restantes. Calculo que com a esperança vã de que os mesmos sejam capazes de desempenhar a mesma tarefa dos colegas ausentes, ao serem cuidadosamente penteados sobre ela. Mentira. Não só não o conseguem como o resultado é ridículo.
Com uma terrível agravante: quando o orgulhoso sujeito, convencido, recebe Eolo pelas costas, tem a ufana cabeça orlada por uma espécie de ralo e adejante leque de pavão descorado. Não há compostura que aguente. Bolas p’ró Vento!

4 Comments:

Anonymous Anónimo escreveu...

Boa tarde José Maria (posso tratá-lo assim?). Gostei do post do Vento. Deixe lá meu amigo, eu tb sou mais um daqueles que vive um problema existencial com a rarefacção da cabeleira. Por enquanto ainda não tem a "gravidade" da sua mas pode crer que me angustia o facto de estar quase a ficar "descapotável". Consequência dos anos meu amigo!!! O que vale é que a vida tem outras coisas para nos irmos distraindo (ou será preocupando?). Quer um conselho? Quando o vento vier, encare-o de peito feito e cara alegre. Saudações do JC

15:08  
Blogger Mitsou escreveu...

Eu também detesto vento. E adoro a naturalidade com que, a partir do raio do vento, nos brindaste com mais uma posta genial :)) Beijocas marotas!

21:40  
Anonymous Anónimo escreveu...

Ao contrário, eu adoro o vento. Apesar de me despentear toda, mas também ando sempre despenteada, com esta cabeleira que Deus me deu, mas não me importo...

:-)

22:15  
Blogger Raquel Vasconcelos escreveu...

loloololol como sempre!

Estava a começar tão bem... mar e tal, que mesmo com vento é formidável...

E depois pronto!
Saltamos para aquela imagem do alguém na praia de calção e cabelo ao vento, completamente fora do local que lhes era destinado.
Nãooooo hughhhhhhhh
Ohhhhhhh Imagem!
Juro que nc entendi essas pessoas...
A imagem de pavão está excelente...
Ah! Mas por vezes parece uma tampa!

Ainda vem é a associação dos q deixam uns pobres cabelito a mais, fazer uma manifestação à porta do blog!!!!

11:11  

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