quinta-feira, agosto 11, 2005

Na núvem de Oort

"Muito para lá da órbita do último planeta
Onde o sol é já só uma referência,
Vai residir a alma deste meu corpo desencarnado,
Do que foi um condenado, sem esperança.
Estarei na senda dos espíritos
De todos os seres do Sistema Solar
A caminho do Além Supremo,
Onde o Fim se confunde com o Princípio
E o Destino com a Origem de todas as coisas.
Hás de passar por mim e não me reconhecerás,
Porque o que de mim resta
É aquilo que nunca te deste ao trabalho de perceber
Na ânsia que tinhas de cevares essa tua fome de matéria efémera e perecível.
Olharás para mim sem me veres
Pois não provocarei qualquer imagem no fundo da tua retina,
E quando te acenar, apenas sentirás o bater de asas
De uma borboleta fora do alcance dos teus sentidos.
Mesmo assim sigo-te.
Farei com que dês por mim pois tenho Tempo..."

6 Comments:

Blogger Unknown escreveu...

Mas que profundidade, afinal o que se passa? acho que algo te está a envolver em dor e desalento o que tens meu querido amigo.
Um grande beijo e nunca te esqueças que sou tua amiga, nunca esqueças isso.

11:22  
Anonymous Anónimo escreveu...

Gostei do texto e do blog, pois não o conhecia! Continue e Cumprimentos.

19:46  
Anonymous Anónimo escreveu...

Belíssimo...
Este é para guardar.

22:15  
Blogger Raquel Vasconcelos escreveu...

"Sigo-te (...) pois tenho Tempo"

Mundos intemporais.

22:19  
Anonymous Anónimo escreveu...

Meu caro. Aqui está um texto de altíssima qualidade, daqueles de que eu gosto e raramente encontro. Pela parte que me toca, sabes que sou profundamente sincero nesta minha apreciação. Um grande abraço.

22:27  
Blogger Mitsou escreveu...

Não pude vir ontem mas aqui estou. Belíssimo poema, Zé Maria. Já tinha saudades dos teus voos, desse entrelaçar das palavras, de dares voz à sensibilidade que guardas e nos vais dando, aos bocadinhos. Assim. Um beijo cheio de Tempo.

09:20  

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