Ainda sobre declarações do Papa

Não me reconheço capacidades nem no campo do direito nem no da cultura para fazer apreciações intelectuais, políticas ou filosóficas sobre o conteúdo da intervenção do Santo Padre na universidade de Ratisbona.

Percebo que a actual situação internacional, conflituosa em termos de credos religiosos, não é propícia a que as partes envolvidas aceitem sem polémica determinadas afirmações de cariz teológico proferidas pelas entidades em confronto, e assim sendo, estas deveriam ser bem ponderadas de parte a parte.

Já não percebo que a "opinião pública" só exija contenção para uma das partes.

Já não percebo porque a outra parte explode de suposta indignação, violentamente mesmo, e nem sequer se dá ao trabalho de desmentir e desmontar o texto que a provocou. Se o fez desconheço.

É porque com certeza aquelas simples palavras traduzem a verdade e são inapelavelmente indesmentíveis e portanto não passíveis de desculpa.