Dr. Ebola and Miss Marburg

Sou um apaixonado por filmes do estilo "Outburst". Produtores independentes já procuram um autor para escrever um guião subordinado ao título em título. Muito actual, poderá começar por uma cena mostrando "selvagens" semi-nús, com t-shirts da Benetton, DKNY, Chanel, etc, escorraçando as equipas de pessoal médico escafandrado sob suspeita de espalhar virus em vez de andar fazer a recolha de corpos para sepultar e materiais para análise. Alguns dos figurantes levam ao ombro pequenos televisores portáteis, onde corre um cd pirata sobre o assunto, que apontam freneticamente como que justificando a justeza das suas intenções. O filme acaba com o médico chefe, Dr. Ebola a beijar Nurse Marburg, uma enfermeira indígena linda, únicos sobreviventes, moça essa que sabemos portadora da terrível maleita.
A questão central do filme resume-se ao direito que terá ou não um tribunal internacional em lançar uma bomba nuclear de fraca potência que elimine o núcleo populacional onde decorre o surto viral, uma vez que não existe a vacina preventiva nem o tratamento para os atingidos. Tudo legal! O que é inédito.
O colectivo de juizes limpa-se emitindo uma ordem de isolamento e quarentena à povoação, evitando a entrada ou saída de vivalma e levando tempo suficiente a deliberar sobre o bombardeamento de forma a que se extingam, entretanto, todos os seres viventes em resultado da doença.
Não se pode dizer que a ideia seja muito original mas com os efeitos especiais adequados há a certeza de mais um blockbuster, na linha do politicamente correcto.
Este tema, bem espremido, daria pano para mangas, mas parece que a verba é, apesar de tudo, limitada.