terça-feira, janeiro 31, 2006

Um outro aspecto

Como se sabe, existem nos Estados Unidos vários movimentos cristãos integristas que pretendem impor como científica a visão da Criação ensinada na Bíblia. Tomando a Escritura como um livro de Biologia, afirmam que nas escolas a teoria da evolução de Darwin deve ser substituída, ou pelo menos completamentada, pelo criacionismo. O fundamento invocado para essa proposta, inclusive em tribunal, costuma ser o conceito de liberdade religiosa.

A tolerância de culto constitui, sem dúvida, um pilar fundamental da sociedade civilizada. As terríveis perseguições recentes, que ainda permanecem em tantas zonas do mundo, são infâmias inqualificáveis em qualquer cultura digna. Mas a liberdade religiosa, se dá a cada pessoa e comunidade o direito à sua fé e celebração, não lhe concede a possibilidade de impor essa sua visão particular à totalidade.

Os cristãos integristas, como todos os outros grupos, devem ter autonomia para, no respeito pela lei, acreditar e defender o que quiserem; podem ensinar aos seus filhos o que acharem melhor. Mas só uma compreensão distorcida de liberdade os leva a exigir que as suas opiniões sejam postas em igualdade com os resultados científicos que toda a sociedade subscreve.
Liberdade e tolerância não significam imposição de uma atitude minoritária à globalidade.

Tais exageros são certamente fenómenos típicos da América. Ou não serão? De facto, na Europa verificam-se situações paralelas, em que a única diferença é que a lei já pretende impor ao todo a opinião da pequena minoria.

Na sua sessão do dia 18 deste mês, o Parlamento Europeu aprovou a "Resolução sobre a Homofobia na Europa" (P6_TA-PROV (2006)0018). Invocando os direitos humanos e o combate à discriminação, o documento constata que "os parceiros homossexuais não gozam da totalidade de direitos e protecções de que beneficiam os parceiros heterossexuais e que, por conseguinte, são vítimas de discriminação e de desvantagens" (ponto E) e, por exemplo, "insta os Estados membros a adoptarem disposições legislativas para pôr fim à discriminação de que são vítimas os parceiros do mesmo sexo em matéria de sucessão, de propriedade, de locação, de pensões, de impostos, de segurança social, etc.;" (n.º 11).

A homofobia, como qualquer outra forma de violência, opressão e discriminação, é inaceitável e deve ser fortemente combatida. Qualquer cidadão europeu tem o direito de não ser perseguido pelas suas escolhas pessoais e estilo de vida. Mas isto não é combate à homofobia, mas promoção da homossexualidade, insultando toda a Europa, que desde sempre fez e faz naturalmente o que esta lei agora considera discriminação. O Parlamento Europeu, tal como os criacionistas americanos, distorce o conceito de
liberdade para impor uma visão aberrante.

A liberdade exige que cada um possa ter a vida que quiser. Mas não força a que todos achem que todas as alternativas são equivalentes; tal como a liberdade religiosa não exige que se ensinem nas escolas as teorias de qualquer seita. Uma pessoa, em liberdade, tem o direito de pensar que a homossexualidade é uma depravação, tal como pode achar que o criacionismo não é ciência. Isso, em si, não significa homofobia e intolerância, desde que não persiga os que pensam de forma diferente da sua. Pelo contrário, é o Parlamento Europeu que, ao consagrar na lei geral a posição abstrusa,
viola a liberdade.

Não é discriminação tratar de forma diferente aquilo que é diferente. Os activistas pensam que a homossexualidade é igual ao casamento, tal como os criacionistas acham que o Génesis é ciência. Mas as relações homossexuais, tal como a promiscuidade, incesto, pedofilia e bestialidade, nunca foram consideradas equivalentes à família, até nas sociedades antigas que as tinham como correntes.

Os benefícios que o Estado concede à família, célula-base da sociedade, não são direitos individuais ou simples manifestação do amor mútuo. Eles provêm dos enormes benefícios que a comunidade humana recebe da solidez familiar, no nascimento de bebés, educação dos jovens, trabalho, estabilidade emocional, amparo de idosos. Esses benefícios não podem ser estendidos a qualquer outra relação, só porque alguém a considere igual.

O Parlamento Europeu não é para levar a sério. Ao tentar impor dogmas alheios a toda a legislação dos países civilizados, ao acusar de violação de direitos humanos todas as sociedades modernas, só se desprestigia a si mesmo.

João César das Neves
Professor universitário

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Politicamente correcto

US Marines - You got'ta love them

Marine Corp's General Reinwald was interviewed on the radio the other day and you have to read his reply to the lady who interviewed him concerning guns and children. Regardless of how you feel about gun laws you gotta love this!!!! This is one of the best comeback lines of all time. It is a portion of National Public Radio (NPR) interview between a female broadcaster and US Marine Corps General Reinwald who was about to sponsor a Boy Scout Troop visiting his military installation.

FEMALE INTERVIEWER: So, General Reinwald, what things are you going to teach these young boys when they visit your base?

GENERAL REINWALD: We're going to teach them climbing, canoeing, archery, and shooting.

FEMALE INTERVIEWER: Shooting! That's a bit irresponsible, isn't it?

GENERAL REINWALD: I don't see why, they'll be properly supervised on the rifle range.

FEMALE INTERVIEWER: Don't you admit that this is a terribly dangerous activity to be teaching children?

GENERAL REINWALD: I don't see how. We will be teaching them proper rifle discipline before they even touch a firearm.

FEMALE INTERVIEWER: But you're equipping them to become violent killers.

GENERAL REINWALD: Well, Ma'am, you're equipped to be a prostitute, but you're not one, are you?

Silence flooded the air and the interview ended...

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Troca de missivas

Querido

Estou a escrever esta carta para dizer que te vou deixar para sempre.
Fui uma boa mulher para ti durante sete anos e não tenho a provar mas as duas semanas passadas foram um inferno.
O teu chefe chamou-me para me dizer que te tinhas demitido e isto foi a última gota .
Na semana passada, chegaste a casa e não notaste que eu tinha um novo penteado e tinha ido à manicure.
Cozinhei a tua refeição preferida e até usei uma nova lingerie.
Chegaste a casa, comeste em dois minutos e foste dormir depois de ver o jogo.
Não me dizes que me amas e há muito que não fazemos sexo.
Ou me estás a enganar ou já não me amas mais. Seja qual for o caso, vou-te deixar.

P.S. Se me quiseres encontrar, desiste.
O teu IRMÃO e eu vamos viajar para as Bahamas e casar!

Assinado:

A tua Ex-mulher


Querida ex-mulher

Nada me fez mais feliz do que ler a tua carta. É verdade que estivemos casados durante sete anos, mas dizeres que foste uma boa mulher é exagerar.
Vejo futebol para tentar não te ouvir a resmungar a toda a hora.
Assim não valia a pena. Realmente reparei que tinhas um novo penteado na semana passada, a primeira coisa que me veio à cabeça foi "Pareces um homem!"
Mas a minha mãe sempre me disse para não dizer nada que não fosse bonito.
Quando cozinhaste a minha refeição preferida, deves ter confundido com a do MEU IRMÃO, porque deixei de comer porco há sete anos.
Fui dormir porque reparei que a lingerie ainda tinha a etiquete do preço; rezei para que fosse uma coincidência o meu irmão ter-me pedido emprestado 50 € e a lingerie ter custado 49.99.
Depois de tudo disto, eu ainda te amava e senti que podíamos resolver os nossos problemas.
Assim, quando descobri que tinha ganho o Euromilhões, deixei o meu emprego e comprei duas bilhetes de avião para a Jamaica. Mas quando cheguei em casa já tinhas ido. Tudo acontece por alguma razão.
Espero que tenhas a vida que sempre sonhaste. O meu advogado disse-me que devido à carta que escreveste, não vais ter direito a nada.
Portanto cuida-te.

P.S. Não sei se eu alguma vez te disse isto mas o Carlos, o meu irmão, nasceu Carla. Espero que isso não seja um problema.

Assinado:

Milionário e Solteiro.

terça-feira, janeiro 24, 2006

Pensamentos

Perguntaram a Buda:
"O que mais te surpreende na HUMANIDADE??"
E ele respondeu:
"OS HOMENS. Porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperarem a saúde.
E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro, e vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido!"

segunda-feira, janeiro 23, 2006

The aftermath...

Temos Cavaco. Como creatura de direita que sou (e monárquico), mais uma vez não estou satisfeito. Mas o pessoal, de qualquer modo, vem-se chegando a pouco e pouco. Vem sendo altura de darmos mais visibilidade ao ideal Monárquico e talvez daqui por outros 30 anos já naveguemos em águas do(s) partido(s) que substituirão o CDS-PP na Monarquia Portuguesa. Apenas a minha alma se regozijará então pois este dispositivo com o qual comunico convosco estará imprestável. Mas tudo bem.
Comecemos a trabalhar para eleger uma maioria que retire da Constituição o fatídico artigo faccioso-republicaneiro.
Olhem para mim em biquinhos dos pés a desafiar os membros de todos os partidos, mesmo aos republicanos, que acreditam na liberdade de escolha de regime, a constiturem-se em grupos de pressão no interior dos seus partidos.
Acredito que a maioria é séria, é honesta, e pensa, inteligente e coerentemente (modéstia à parte), como eu em relação a este assunto.
Deixem os cidadãos terem a oportunidade de escolher o tipo de regime, caraças!
Sei que isto já foi reclamado por muita gente. Serei mais um.
Viva o Rei!

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Análise

Tão boa como outra qualquer outra análise política, aqui vos deixo esta boutade que acabou de me chegar às mãos.
Não se exaltem! Tomem como uma anedota. Não é para ser levada a sério, ouviram? Até porque as percentagens já estão desactualizadas.

Analise fantástica...!

6,4% ainda vão votar no candidato que diz que é afinador de máquinas mas que desde 1975 que anda a coçar o rabo pelo parlamento!

18,4% ainda vão votar no candidato que está desde 1974 no parlamento, e que agora vem dizer que pretende vetar diplomas que ajudou a aprovar!!!! Tem ainda a particularidade de ir à casa de banho, quando as coisas se tornam incómodas!

13,2% ainda vão votar num velho maçon, ordinário e senil, com 81 anos, que está farto de roubar e viver por conta dos portugueses (+ o filho e restante familia)!

6,6% ainda vão votar no candidato dos paneleiros!

Até tenho pena que Cavaco Silva ganhe as eleições no Domingo! Decididamente, este povo maioritariamente estúpido e calão, que gosta de afirmar que é de esquerda, não o merece!

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Luar de Janeiro

terça-feira, janeiro 10, 2006

Que tristeza! Tanta gente que eu reputava capaz de preencher os mínimos de cultura, sensibilidade e inteligência e que me desapontou terrivelmente.
A uma peça literária de qualidade inquestionavel disseram nada.
De um desabafo bacoco sobre o estado de espírito momentâneo do infeliz autor retiveram...a mó!
Tal como ela, vossas mentes e corações encontram-se empedernidos e possivelmente com um orifício no centro, pelo qual se escapa o pouco que conseguem apreender do sofrimento alheio.
Digo-vos pois:
Baaaaaaaaaaaaahhhhh!

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Negrume

Pendendo da árvore do Tempo
oscilo ao sabor dos ventos do destino
neste pé que me segura e que é tão fino
mas tão forte
e determinado como a Morte
que sempre ronda,
cobiçosa e ávida.


Mas sinto que um sopro mais decidido
da sina irredutível
me arrastará volteando, insano,
acompanhado do fechar do pano
desta peça trágico-cómica, incrível,
que assim termina.


Pelos risos e disparates me recordem
e finalmente lhes peço que respeitem a Desordem
e a mim como, dela, último abencerragem.


(não levem muito a peito ... estou na mó debaixo, hoje)

segunda-feira, janeiro 02, 2006

O Ano é Novo...

E eu mais velho. Raios!
Ano Novo=Esperanças?=Ilusões? =Promessas?=Propósitos?
Bah! Boff! Pois sim...Vou fingir que acredito e sorrir com cara de parvo. Não é o que muitos de nós fazem?
Sei. Fica sempre uma fézita teimosa e ridícula por detrás do ventrícolo esquerdo, bem sei. É o preço que pagamos por não sermos inteiramente racionais.
Tal como existem sensações que mudam de local com o avanço da idade, dizem, também as expectativas de felicidade se transferem do cérebro para o coração e aí se vão esvaindo sem que dêmos por tão subreptício movimento.
  • Aqui ao vosso dispôr ...
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