quarta-feira, novembro 23, 2005

Em um daqueles dias

É como estou hoje. Não digo coisa com coisa. Este orgão com aspecto nojento, sanguinolento, cheio de voltas e voltinhas, as circunvolqualquercoisa, que esta minha careca encerra, entrou em estase. A incompatibilidade dos meus neurónios pensantes, poucos, com um guisado de acelgas sobretemperadas com feijões que degluti gulosa e abundatemente ontem à noite, é incontestável. Por outro lado é o que a minha digestão tem de agradável se bem que doentia: a presença dos alimentos mais apetecidos, sempre indigestos é claro, impõe-se por várias horas prolongando o prazer que me proporcionam os seus aromas mais finos.
Lá pela hora do jantar calculo que já nada reste no saco opulento que liga o esófago ao duodeno. Por essas alturas espera-me uma sopa de grão com espinafres, bem grossa, para enganar a fome. Cortei com a proteína na derradeira refeição da jornada.
Bom apetite!

terça-feira, novembro 22, 2005

Justiça?

Ah, a satisfação que me deu ver as ribeiras do Baixo Alentejo com caudal de cheia! Neste fim de semana choveu mais de 1/3 do total médio anual para esta região.
A paisagem lunar do princípio de Outubro já deu lugar a outra que, se em vez de esteva ali crescesse a urze, mais se pareceria com os campos da Escócia.
Posso ser tótó mas estas pequenas/grandes alegrias que sinto com a compensação justa dada por determinados elementos à Terra que sofreu de outros, são genuinas e fazem-me acreditar numa Meteoprovidência quase humana, a qual por vezes também se passa da cabeça, diga-se de passagem.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Voltam os comentários

Não me aguento sem as vossas bocas, pronto.

Saga dos óculos (continuação)

Tinhamos ficado naquela cena de eu montado numas cangalhas novas de ver ao perto. Ufano da novel óptica prótese, aqui chamada do tipo "interview" que faz com que vejamos os ícones do monitor, por cima, e as letras, por baixo, constato que os lados do ecran alargam para a parte superior, estilo perspectiva ao contrário, e o teclado parece que lhe tinha dado o calor de tão torcido que estava. E tudo perigosamente perto! Se esticava a mão diante dos olhos uma patorra enorme aparecia no campo de visão, com os dedos quase quais como fios de esparguete ou bananas da Madeira, conforme o ângulo.
Aqui há gato grunhi de mim para mim enquanto as letras de um texto que tinha presente se achatavam, pusilanimemente irritantes, mal eu mudava a posição da folha.
Primeira reacção: fui comido!
Segunda reacção: ai que eu vou-me a eles! E fui. E vim de lá com a promessa de umas lentes novas. Assumida a deficiência no corte dos vidros em que " o desvio axial pupilo-palpebral se encontrava em contra posição do paralaxe compensador da aberração vertical " para aí uns 6 mm. O que no olho é um...exagero.

Bom fim de semana e desejo que se divirtam.

quinta-feira, novembro 17, 2005

Um testesito.

Como devem ter reparado desliguei o comentariador. Com todo o respeito solicito a quem me queira comentar que o faça pelo" imaile". É uma pequena experiência. Não levem a mal. Obrigado pela vossa compreensão.

Fui mandar fazer uns óculos novos. Chegado à óptica X foram-me logo avisando que" os testes e medições optométricas era pagos pois eram efectuados por optometristas diplomados e como tal ofereciam todas as garantias de rigor e qualidade", distinguindo-se assim da imensa maralha que prolifera à custa dos ceguetas.
Vamos a isso! Acompanhe-me por favor. Sente-se e olhe para este buraquinho. Não se mexa que lhe vou medir a pressão ocular. Hummm... Bem...isto está um pouco alterado. Mas pode não ser nada. Venha cá daqui a três dias. Pergunto-lhe eu "então não me faz os óculos?". Não posso. Há aí problemas que tem que ser um oftalmologista a resolver. Bem, para um comerciante se recusar a fazer negócio...o que será isto?
De cenho franzido e rabo ente as pernas, pensando trágicamente no glaucoma inevitável, saio porta fora maldizendo a minha triste sina.
Na segunda vez a mesmíssima cena acrescida de "o senhor devia ir a um oftalmologista, pelo sim pelo não". Foi a derradeira machada na minha fleuma. Bem, o que mais me preocupou no momento foi onde iria arranjar uma bengala branca. Sou um gajo optimista por natureza.
Sem mais delongas telefono ao meu amigo R. M. e marco consulta. Qual não é o meu alívio quando ele me diz que está tudo do baril e que só tenho de ir aviar as cangalhas com "a receita que aqui te escrevo pois a última vez que cá vieste foi há nove anos". Não paguei nada nem num lado nem no outro.
Bem haja a Óptica X.

terça-feira, novembro 15, 2005

Memórias

Tenho uma arca grande onde ninguém mexe. Venho guardado coisas ao longo dos anos com o terror de me esquecer o que vivi. Utilizo-as como atalhos, para quem sabe o que tal significa em linguagem informática. Cada artigo poeirento soltando odores há muito entranhados abre um ficheiro na minha memória caótica. Desconheço como é com o comum dos mortais, mas para mim um cheiro tem mais força que muitas visões, que muitos sons. Sempre assim foi. Uma figadeira latente que nunca oficialmente se manifestou, desde criança que operava em mim sensibilidades olfatosomáticas ( não sei se tal palavra existe mas vocês percebem, não percebem?) intensíssimas. Quando entrava em casa, vindo do exterior, com o primeiro pé a rasparr a soleira da porta já berrava que me cheirava a isto ou aquilo, para grande fúria da família. Perenemente incompreendido, em determinada época resolvi mostrar que me recolhia ajuizadamente numa concha socialmente anósmica, em benefício dos tímpanos dos entes mais queridos. Foi então que comecei a coleccionar, secretamente cheiros na pessoa dos objectos que os emanavam. Ombreiam hoje meias velhas, sapatos desirmanados, calças com nódoas de variegadas origens, camisas de padrões assustadores, pratos sujos, talheres ferrugentos com comida seca, frascos de colónia com um fundinho de líquido, flores já secas, pneus de moto, tintas de óleo, cartucheiras de cabedal, bolas de naftalina, livros encadernados a coiro, lenços e lencinhos dos mais diversos bordados, papéis amarrotados, livros de missa, santinhos, canetas de tinta permanente, braceletes de relógios, borrachas e lápis do colégio, bonés de pala e panamás desbotados, kimonos, pastas do liceu, panos diversos e mais alguns utilitários que me abstenho de mencionar pois ainda tenho alguma noção do decoro.
Quando a nostalgia me invade levanto a pesada tampa e, liberto das vestes que habitualmente me separam da Natureza, mergulho, qual Patinhas, nas parcas posses de um tempo que não volta, até que aquelas fragrâncias me anestesiem a pituitária. E revivo, história por história, todas as que por aqueles pertences foram testemunhadas. E vivo!

segunda-feira, novembro 14, 2005

Ironia do destino

Vão-se lá perceber as coincidências! Para quem leu o meu último post : a senhora de que aí falo morreu neste sábado. Também ela, ironicamente se "passou" no Outono. Não sou de escrever epitáfios. Conhecia-a desde que nasci e tinha um certo carinho por ela.
Piloto de ralies, pescadora desportiva e exercendo mais actividades tidas como pouco habituais numa senhora da sociedade da época, o seu desaparecimento deixa, por assim dizer, um vazio nas vivências agradáveis da minha juventude. Descanse em paz, Tia Maria Amélia.

quinta-feira, novembro 10, 2005

Coração na boca

Fazem agora seis anos, por esta altura do ano, Outono, que morreu o pai de certo amigo meu.
Sabido do óbito, lá descubro para onde o corpo tinha sido transportado. Estaria então na igreja de Santos, o que era basto estranho uma vez que o senhor não residia nem perto dali.
Eis-me chegado ao local e, tendo procedido aos cumprimentos da praxe à família presente, dou um saltinho ao exterior da cripta onde corria uma aragem agradável e onde poderia ver quem entrava pois sou um grande cusco. Pouco tempo passado chega um dos filhos do defunto e uma tia tida como alguém muito peculiar, tendo-se iniciado uma conversa de circunstância; no decorrer da qual resolvo perguntar porque raio de acaso, habitando o tio Zé tão longe dali tinha vindo aqui parar?
Retorque o orfão que tinha percorrido várias igrejas e só nesta tinha arranjado lugar, pois estava tudo cheio naquele dia.
Com um ar contristado exclama a boa da senhora presente:
-Pois é, eles passam-se muito nesta época do ano!
É claro que a fungaria estoirou em gargalhada, primeiro abafadamente disfarçada e depois irreprimível.

quarta-feira, novembro 09, 2005

Preguiça e sono

AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH...mnham...mnham...mnham...
Scrcht...scrcht...scrcht...
ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ...
Pffft....pffft...trrrrrrrrrrr...puff!
ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ...

segunda-feira, novembro 07, 2005

Gripe aviática

Cedendo ao vício, este fim de semana fui aos patos. A alva apenas se adivinhava ainda e um friozinho recheado de mosquitos criava o ambiente propício a esta, condenável para muitos, actividade. Eramos três ou quatro companheiros orlando uma lagoa, hidricamente esvaída pela estiagem.
Subitamente um espirro.
Como sou um pouco surdo não me consigo aperceber qual dos meus amigos teria sido o atrevido potencial afugentador da caça.
Quando se espirra durante um acto cinegético de espera está convencionado que temos de apertar, ao limite da força de cada um, a extremidade do probóscio, por razões óbvias.
Neste caso, o prevaricador seria terrívelmente punido aquando da apresentação do tableau de chasse.
Puz-me à escuta para poder berrar, acusador, ao egoísta descuidado, numa segunda oportunidade: Ha ha com que então és tu minha besta!
Essa segunda oportunidade surge quando eu menos espero. Um sonoro e ronfenho esternudo ( utilizo aqui uma palavra alternativa e espanholada porque me não ocorre um luso sinónimo para esse fenómeno tão aliviante) estoira, distinto, não na minha frente, à minha esquerda ou sequer à minha direita mas sim de...cima! Mesmo na vertical do meu confundido cérebro. Será que...? Dois tímidos quá quás diluem-se na alvorada e a meu lado vai caindo uma folha de papel branca amarfanha que fica jazendo na erva orvalhada, como testemunho daquilo que presumi uma alucinação.
Ainda o arrepio que senti na espinha não tinha passado e já eu me encontrava a abrir a porta da viatura para me pirar dali a toda a velocidade.
As bruxas também são fantasia mas mas que las hay las hay!

sexta-feira, novembro 04, 2005

Notícias do meu pc

Agora, depois de reparado, cada vez que o ligo balbucia:" O nwiz.exe encontrou um problema e vai ser desligado".
Quando o ligo à Internet só me autoriza a abrir uma página uma. Depois encrava e anuncia que o DEPLOIT não sei quantos está a ser atacado pelo 180.125...
Recusa-se terminantemente a desinstalar um driver da impressora que necessito reinstalar e resolveu, por sua alta recreação, criar uma ligação adicional à Net.
Esquizofrenia pura. Não sei mais o que fazer. Fica-me de aviso, e tal facto compartilho convosco, nunca mas nunca tentarem restaurar o sistema com o programa que vem instalado no XP. Mea culpa, mea culpa. Parece que, ainda não verifiquei, no decorrer do processo de recuperação terá aparecido em letra pequenina, como nas clausulas das apólices de seguros,o aviso de que existe o risco de se perderem as aplicações instaladas em data anterior ao ponto de recuperação.
Para cúmulo não tenho nem nunca tive os discos originais do Windows XP que vinha instalado. A ver se engato a HP a fornecer-mos.
Que seca!

Bom fim de semana a todos.

quinta-feira, novembro 03, 2005

NY I


Times Square

NY II


Ground Zero

NY III


Empena pintada em Greenwhich Village

NY IV


Manhattan Bridge

NY V


Meio de transporte ecológico e revolucionário, no âmbito do Protocolo de Quioto, por recomendação pessoal de G.W.Bush, a tricicleta com a potência de 6 tansos + 1 esperto faz furor na Broadway: pedalas e pagas por cima e o vivaço finge que pedala e cobra.

quarta-feira, novembro 02, 2005

Raisparta!

Tenho o computas de casa avariado, cheio de virus como a pata que o pôs.
Abri uma porcaria de uma página da net que surgiu quando estava a fazer a instalação de um software para uma impressora, julgando eu que a mesma fazia parte do processo.
Pura distracção. A gente lê e não passa dos olhas para dentro. Então era um programa que detectava material pornográfico dentro do meu computador.Tá-se a ver não tá-se? Não sei o que me passou pelos chavelhos em ligar pornografia com o driver da maquineta vomitadora de papel.
São já os 60 no seu fulgor. E depois digam que não...
Fiz a recuperação do sistema e com ela desapareceram-me todas as aplicações incluindo o Office e o Norton anti-virus. Brilhante!
Mandei o bicho ao doutor e as notícias são péssimas.
Ficaram, só, 128 ficheiros infectados de virus e spywares.
Toma lá pra não seres burro e xéxé.
Hoje não posto mais, que se lixe. Chiça!
  • Aqui ao vosso dispôr ...
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