quinta-feira, janeiro 24, 2008

Sem comentários, que já não vale a pena

Vendo pelo mesmo preço a que me chegou...


...batendo as asas pela noite calada
Vêm em bandos, com pés de veludo...»
Os Vampiros do Século XXI


A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a enviar aos seus clientes mais modestos uma circular que deveria fazer corar de vergonha os administradores - principescamente pagos - daquela instituição bancária. A carta da CGD começa, como mandam as boas regras de marketing, por reafirmar o empenho do Banco em oferecer aos seus clientes as melhores condições de preço/qualidade em toda a gama de prestação de serviços, incluindo no que respeita a despesas de manutenção nas contas à ordem. As palavras de circunstância não chegam sequer a suscitar qualquer tipo de ilusões, dado que após novo parágrafo sobre racionalização e eficiência da gestão de contas, o estimado/a cliente é confrontado com a informação de que, para continuar a usufruir da isenção da comissão de despesas de manutenção, terá de ter em cada trimestre um saldo médio superior a EUR1000, ter crédito de vencimento ou ter aplicações financeiras associadas à respectiva conta. Ora sucede que muitas contas da CGD, designadamente de pensionistas e reformados, são abertas por imposição legal. É o caso de um reformado por invalidez e quase septuagenário, que sobrevive com uma pensão de EUR243,45 - que para ter direito ao piedoso subsídio diário de EUR 7,57 (sete euros e cinquenta e sete cêntimos!) foi forçado a abrir conta na CGD por determinação expressa da Segurança Social para receber a reforma. Como se compreende, casos como este - e muitos são os portugueses que vivem abaixo ou no limiar da pobreza - não podem, de todo, preencher os requisitos impostos pela CGD e tão pouco dar-se ao luxo de pagar despesas de manutenção de uma conta que foram constrangidos a abrir para acolher a sua miséria. O mais escandaloso é que seja justamente uma instituição bancária que ano após ano apresenta lucros fabulosos e que aposenta os seus administradores, mesmo quando efémeros, com «obscenas» pensões (para citar Bagão Félix), a vir exigir a quem mal consegue sobreviver que contribua para engordar os seus lautos proventos. É sem dúvida uma situação ridícula e vergonhosa, como lhe chama o nosso leitor, mas as palavras sabem a pouco quando se trata de denunciar tamanha indignidade. Esta é a face brutal do capitalismo selvagem que nos servem sob a capa da democracia, em que até a esmola paga taxa. Sem respeito pela dignidade humana e sem qualquer resquício de decência, com o único objectivo de acumular mais e mais lucros, eis os administradores de sucesso.Medita e divulga… Mas divulga mesmo por favor …Cidadania é fazê-lo, é demonstrar esta pouca vergonha que nos atira para a miserabilidade social.
Este tipo de comentário não aparece nos jornais, tv's e rádios....Porque será???

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Não gosto do tipo mas desta vez...

A maioria de vós recebestes com certeza, pelas diversas vias informáticas, um extracto de um discurso do Primeiro Ministro australiano, John Howard, no qual, em resumo e dirigindo-se aos imigrantes, aconselhava a quem não estivesse bem que deixasse o país. Tinham toda a liberdade de o fazer. Eram mencionados 2 aspectos da vida australiana que provocavam queixas, choraminguices e protestos por parte dos mais militantes e que perturbavam a tranquilidade e o sossego do povo autóctone e de quem estava perfeitamente integrado na vivência local, e a eles tinha direito inquestionável. A saber, a língua, inglesa, e a religião, cristã neste caso. Se queriam ficar, que aprendessem a primeira e que não protestassem contra os sinais públicos da segunda, pois ela era maioritária entre o povo australiano, tinha tradições seculares e era reconhecidamente umas das causas inegáveis da própria existência da nação.
Este é um patriotismo que compreendo e uma atitude que nem sequer posso chamar de corajosa pois advém de uma maneira de estar lógica e normal, de gente comum.
Alguns dos nossos zelosos e medrosos políticos deviam ser obrigados a ler esta peça de oratória 1000 vezes e escrevê-la outras tantas no quadro preto, antes de ditarem normas idiotas de defesa de certos "direitos" de minorias. Não confundir com os verdadeiros direitos, os quais são inseparáveis da condição humana e lhe são, indubitavelmente, devidos.

terça-feira, janeiro 15, 2008

Em estado de choque

Foi como fiquei ontem à noite ao assistir à belíssima reportagem num dos canais privados de televisão, emitida após o Jornal da Noite. Era ela sobre as implicações de um novo regulamento ou lei, não apanhei a designação, na duração do período de prisão preventiva ou na anulação da mesma por já ter prescrito o seu prazo de aplicação, entre outros aspectos. Quero exprimir, GRITANDO, a minha indignação perante o que me parece a maior pouca vergonha, cara de pau, e desonestidade do autor ou autores e de todos os responsáveis pela concepção, gestação e parto de tão miserável e horrenda criatura. Até os mais burros e ingénuos como eu topam à légua que o nascituro vem amenizar drasticamente as consequências penais das pedófilas badalhoquices cometidas pelos VIP políticos e colunáveis da nossa praceta. Sim praceta porque praça implica certa grandiosidade, ausente da nossa sociedade. Cada um dos abusadores viu a quantidade de crimes que lhe eram imputados ser reduzida para menos de um terço, redução essa quando não ainda inferior a essa fracção. Na ânsia de acudirem aos seus pares e correligionários, os autores nem sequer se preocuparam do facto de poderem pôr na rua assassinos confessos implicados, cumulativamente, em casos de violência sexual contra crianças.
Auto-censurei o texto que tinha preparado, entretanto. Tinha uma série de insultos que heroicamente, consegui engolir a custo. Achei que realmente não devia lançá-los porque iriam incomodar mais quem os lesse e nada aqueles a quem se destinavam, pois esses por aqui não passam.Tudo isto me mete nojo, raiva, revolta e desgosto. Cada vez me orgulho menos deste país onde uma maioria de mortos-vivos olha para o lado à passagem dos torpes ditames de sucessivos lamentáveis governos prenhes de compadres, desta mais que lamentável republica que, maioritária e democraticamente, merecemos.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

SENTENÇA JUDICIAL DE 1833

Como se tratava o estupro em 1833. Leia e veja porque havia menos estupros naquele tempo... SENTENÇA JUDICIAL DATADA DE 1833 - PROVÍNCIA DE SERGIPE Veja como era a Lei
Acrescento eu que nem de sevícias sobre crianças se tratava. Como vêem não inventei nada.
A linguagem é um verdadeiro mimo.

"PROVÍNCIA DE SERGIPE
O adjunto de promotor público, representando contra o cabra Manoel Duda, porque no dia 11 do mês de Nossa Senhora Sant'Ana quando a mulher do Xico Bento ia para a fonte, já perto dela, o supracitado cabra que estava de em uma moita de mato, sahiu della de supetão e fez proposta a dita mulher, por quem queria para coisa que não se pode trazer a lume, e como ella se recuzasse, o dito cabra abrafolou-se dela, deitou-a no chão, deixando as encomendas della de fora e ao Deus dará. Elle não conseguiu matrimonio porque ella gritou e veio em amparo della Nocreto Correia e Norberto Barbosa, que prenderam o cujo em flagrante. Dizem as leises que duas testemunhas que assistam a qualquer naufrágio do sucesso faz prova. CONSIDERO: QUE o cabra Manoel Duda agrediu a mulher de Xico Bento para conxambrar com ela e fazer chumbregâncias, coisas que só marido della competia conxambrar, porque casados pelo regime da Santa Igreja Cathólica Romana;
QUE o cabra Manoel Duda é um suplicante deboxado que nunca soube respeitar as famílias de suas vizinhas, tanto que quiz também fazer conxambranas com a Quitéria e Clarinha, moças donzellas;
QUE Manoel Duda é um sujeito perigoso e que não tiver uma cousa que atenue a perigança dele, amanhan está metendo medo até nos homens. CONDENO:O cabra Manoel Duda, pelo malifício que fez à mulher do Xico Bento, a ser CAPADO , capadura que deverá ser feita a MACETE. A execução desta peça deverá ser feita na cadeia desta Villa.
Nomeio carrasco o carcereiro.
Cumpra-se e apregue-se editais nos lugares públicos.
Manoel Fernandes dos Santos Juiz de Direito da Vila de Porto da Folha Sergipe, 15 de Outubro de1833.
Fonte: Instituto Histórico de Alagoas "
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