sexta-feira, setembro 30, 2005


quinta-feira, setembro 29, 2005

Selecção do dia

UM CASAL ESTAVA NA CAMA CONVERSANDO, QUANDO A MULHER DIZ BOCEJANDO:
- BEM, VOU DORMIR. ATÉ AMANHÃ, DORME BEM QUERIDO!
- JÁ VAIS DORMIR! AGORA QUE EU IA ABUSAR DE TI. . . . - LAMENTA-SE OMARIDO!
- ABUSA, ABUSA - DIZ ELA JÁ DESPERTA.
- ENTÃO VAI-ME BUSCAR UM QUEIJINHO E UMA CERVEJA PRETA... VÁ.

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O Bêbado chega até o interfone do prédio, aperta o botão e pergunta:
- Seu marido taí?
Uma mulher responde:- Está, quem quer falar com ele?
- Xá pra lá, brigado.
Aperta outro botão do interfone e pergunta a outra mulher:
- Seu marido taí?
- Está no banho, quem quer falar...
- Brigado, pooooode deixar.
Mais um botão...- Bom dia, seu marido taí?
- Está... vou chamá-lo...
- Não, não é preciiiiiiso, responde o bêbado.
E outro...
- Oi, seu marido taí?
- Não, mas já deve estar chegando.
O bêbado então responde:
- Então, fazzz favor, olha aqui pra fora e vê se sou eu !!!

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Disnorância

...Aproveitando a ausência da mulher e dos filhos, a passarem umfim-de-semana na praia, o Sr. António M. de Vasconcelos encontra-se sozinhocom a nova e muito bonita empregada e vai-lhe bater à porta do quarto.
- Vá lá, Maria, abre lá a porta que não te faço mal. Só vamos gozar umpouco.
- Não senhor, nem pense!
- Maria, se abrires aumento o teu vencimento...
- E o que dizemos à patroa?
- Nada, ela não tem que saber de nada.
-Tá bem, patrão, mas passe por baixo da porta o certificado de que não temSIDA.
O Sr. António Maria Vasconcelos recorda-se dos exames médicos que acabou de fazer e mostra-lhe tudo, até o registo do seu nascimento.
A Maria acabapor ceder.
No fim do encontro e já a desfrutar de uma boa cigarrada, oSr. António diz à Maria:
- Caramba Maria, não sabes ler nem escrever, mas é admirável como tepreocupas com estas questões de saúde!
- Claro patrão, posso ser disnorante, muito disnorante, mesmo muito disnorante, mas isto da Sida não me vão pegar pela segunda vez.

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A circus owner runs an ad for a lion tamer and two people show up. One is a good looking older man in his mid-sixties, and the other is a gorgeous blonde in her mid-twenties.
The circus owner tells them,
"I'm not going to sugar coat it. This is one ferocious lion. He ate my last tamer, so you'd better be good or you're history. Here's your equipment: chair, whip and a gun. Who wants to try out first?"
The girl says, "I'll go first."
She walks past the chair, the whip and the gun and steps right into the lion's cage.
The lion starts to snarl and pant and begins to charge her.
When the lion is about half way to her, she throws open her coat revealing her beautiful naked body.
The lion stops dead in his tracks, sheepishly crawls up to her and starts licking her feet and ankles.
He continues to lick her entire body for several minutes and then rests his head at her feet.
The circus owner's mouth is agape.
"I've never seen a display like that in my life!" he exclaims. He then turns to the older man and asks,
"Can you top that?"
The older man replies, "No problem, just get that lion out of the way."

quarta-feira, setembro 28, 2005

O Degrau


Caem-me em cima os 60 anos da Unidade Biológica Autónoma, que sou, na sexta-feira dia 30.
É estranhíssimo estar já a ver o fim da linha .
Se dantes os carris da existência que lobrigava nunca se chegavam a juntar no horizonte limitado pela minha expectativa, de repente compreendo que o bico afiado formado pelos dois elementos da linha fica mesmo ali à frente. No horizonte, que agora já se não move com a minha deslocação, como competiria a um horizonte. Deixou de o ser .
No seu lugar está O Degrau ! Sem espelho nem tampo.
Como uma martelada, a certeza de ter que o descer mais tarde ou mais cedo, abate-se sobre mim.
Mas vão ter que me empurrar!

segunda-feira, setembro 26, 2005

Ainda a caça


Quem consegue estar várias horas observando e sentindo o abanar de uma árvore por acção do vento, o estremecer de um arbusto, o agitar de uma erva, o súbito cantar de um pássaro, o estalar do mato, a direcção das nuvens, o comportamento da presa ao longe, ainda fora de alcance, a paz do momento, o cheiro do ar, o calor do sol nos dias frios, o erguer desse astro e o escurecer tranquilo, e descobrir daí a certeza de um Grande Construtor?
Quem consegue sentir que faz parte inalienavelmente consciente desse ambiente privilegiado, onde o seu Ritmo é o dele?
É o caçador e também o poeta.
Quem consegue sentir a Natureza mais primitiva e amá-la porque ela se lhe entranha sob a pele, nessas horas de contemplação?
É o caçador e também o poeta.
O caçador, não o matador nem o exterminador de animais, desaparece se a caça desaparecer. É no seu próprio interesse mais comezinho e instinto de conservação mais básico assegurar-se que ela se mantém em toda a suas pujança.
E ele fará por isso.
Ninguém melhor que ele sabe fazer o controle de predadores e manter a natureza em equilíbrio, naquilo em que ainda é possível consegui-lo, naquele que ainda que sobra desta Civilização destruidora.
Estarei puxando a brasa à minha sardinha, somente?
Mas olhem que estou relembrando algumas premissas lógicas... singelamente. Tentai pensar nisso. Sem preconceitos.
Não pretendo aprovação dos meus actos cinegéticos.
Apenas anseio pelo direito ao não-Ódio.



quinta-feira, setembro 22, 2005

História de Caça


Já me confessei caçador. Para grande raiva de muito pseudo-ambientalista.
A história que deu origem a este artigo é rigorosamente verdadeira e optei por adulterar o nome do meu companheiro para que não seja insultado por leitor mais fundamentalista.
Pelo inusitado da situação acho que merece ser divulgada.

Javali à Sec XVII

Era um dia de meados de Outubro, luminoso, daqueles em que o Sol zigzagueia por entre nuvens grossas e pardas inchadas de água.
Um ventinho agradável estremece as copas das azinheirinhas do "projecto" e a ramagem dos vetustos eucaliptos que ladeiam o nosso caminho.
A despreocupação total pauta a nossa conduta no momento. Caçadeiras ao ombro em acento circunflexo e indecisão na acção futura. Passo de transumância. Quase torpor pastoril.

O meu companheiro, Eng. Anarca Torreira, mocetão de Trás-os-Montes com algum polimento resultante do convívio com gentes mais civilizadas do Sul, tasquinhava , no entanto, um malvado de um palito que lhe ficara de esgravatar furiosamente os despojos de lautíssimo almoço.

-" Pôúça, tôu que quaje num pócho mexer-me, carago!" Sopra através duma farta bigodaça brilhante de restinhos de gordura. " Ó Jé auguenta aí o gado, sacana!" grita para mim que o precedia não mais que 5 passos.

Levanto os olhos do chão para lhe retorquir uma qualquer aleivosia das minhas quando o meu eixo de visão passa por um vulto que, surgindo do nada, começa a correr por entre as piorneiras que seguem a ribeira próxima.

-" Um ganda cão? Esta é boa!".
A cerca de 40 metros o ser roda para a esquerda berrando eu para quem me queria ouvir: " Javali!, Javali!!!".

O que a seguir presenciei ainda agora me custa a creditar: Saltando lesto da pasmaceira em que vinha, o Eng. Anarca arranca-se em galope à carga, com uma frescura insuspeita, arma em riste já abastecida de uma bala, dá 20 passos, aponta e dispara quase em corrida, para cima do javardo.

" Axertei-lhe!" exulta , arfante de esforço e roxo entusiasmo.
" Uma porra é que acertaste. O bicho estava muito longe 70/80 metros pelo menos" resmunguei, invejoso.
" Axertei-lhe, caraxas. Caté ôubi a bala fajer pàhh...."
" Vou lá ver" disse eu muito pouco convencido, numa atitude estupidamente curiosa e desnecessária.

Enfio uma única bala na câmara de cima e um cartuxo de chumbo 7 na de baixo, e aí vou eu feito idiota ao encontro do azar.

"Auguenta qu’eu bôu buscar mais balas" exclama o Eng..
Não ligo ao «auguenta» e avanço chapada arriba em direcção ao ponto onde supunha que o animal se poderia encontrar. Aí chegado, sem nada topar, grita-me o Torreira "É mais prá esquerda!".

Viro-me, e a cerca de 10 passos está o malvado amagado, de costas para um carrasqueiro, a olhar cá para o Zé. Dá-lhe a veneta, e num impulso levanta-se e trota, cabeça alta, direitinho a este imbecil.

" Estou lixado. Vamos lá a ver o que dá esta m..." pensei.
Acerca de 3 metros dou-lhe o tiro que, alvar e inocentemente considerei, seria de misericórdia. Qual quê. O bichinho continua como se nada com ele fora.
A partir daqui a cena pode inscrever-se num qualquer guião revisteiro/humorístico de qualidade mais que duvidosa.

Imaginem este vosso amigo utilizando os canos da espingarda como se fosse uma espada terçando lâminas com a ponta da tromba do navalheiro, ao melhor estilo de D’Artagnan. Esqueci-me que tinha ainda um cartuxo disponível.

Não fora o javali já se encontrar bastante abalado, não sei o que teria acontecido, pois as «canonadas» que eu lhe dava não conseguiam sequer desviar-lhe as ventas nem meio centímetro. O verdadeiro «firme e hirto como uma barra de ferro».
Após cerca de 10 bravas estocadas dá-se a besta por vencida e pára. Consigo afastar-me. O Eng., que entretanto tinha chegado, remata a rês com, mais um, certeiro balázio.

Uma pequena locomotiva de 80 kg, macho jovem de 2 anos, com uma navalha partida rente (não, não, não fui eu, que diabo!). Ostentava um orifício no quadril traseiro esquerdo, do primeiro projéctil, e pasmem, um furinho no metatarso do quarto traseiro direito, resultado cá da pontaria do rapaz. Que grande artista eu sou! Aquela distância, de frente, fui fazer o mais difícil!

Em consequência tomei uma decisão!

Quando algum dia, nalguma espera ou montaria, virem um gajo com um encantador chapéu de plumas, uma capa de veludo (verde-seco, é claro) e uns canos de caçadeira entalados no cinturão não necessitam perguntar quem é. Adivinham já. Tiros... para quê?


quarta-feira, setembro 21, 2005

Incrível!

Talvez já conheçam mas eu só recebi isto hoje e achei que merecia destaque por si só.

Música dos anos 60 e não só, de vários países , aqui.

Enjoy!

Esclarecimento

Gostava de esclarecer os meus inúmeros admiradores que as obras da Galeria, que agora instalei aqui na coluna do lado, não se encontram à venda.

Por duas razões fundamentais:
1) As telas que são concebidos por mim são já de colecções particulares.
2) As que são interpretações minhas, aproximadas a cópias de quadros famosos, como é óbvio, não os devo vender, por questões éticas.

No entanto, se alguém deliberadamente desejar uma destas, sabendo exactamente o que compra...

Quero agradecer, também, os inumeros elogios e provas de admiração dos quais me sinto digno, sim!
Sei que tenho uma pintura bonita, agradável à vista, pois então.
Se não for eu a gabar-me quem o fará por mim?

terça-feira, setembro 20, 2005

Mostra

Para facilidade de acesso, resolvi colocar todos os quadros que divulguei aqui no blog nesta Galeria.
Quem ainda não conhece esta parte da minha obra pode pois fazer uma visita. Quem já conhece e gostou, rápidamente acederá para relembrar.

segunda-feira, setembro 19, 2005

Dieta

É sempre um tema calisto nas revistas femininas. Não há mulher que se prese que não tenha, voluntáriamente, passado fomeca pelo menos uma vez na vida.
Como já confessei, chegou a minha vez de experimentar este tipo de mortificação da carne, digo da gordura. Não que as minhas hormonas se encontrem desiquilibradas. Machão eu sou! Apenas o meu sentido estético se encontra sob pressão negativa. Aí vou na minha metamorfose para Tar-Pei (presumo eu, ignara criatura, que é esta a raça canina a cujos simpáticos representantes sobram m2 pele).
Figura popular que sou, de reduzida modéstia, as solicitações sociais são inúmeras. Tanto assim que este fim de semana fui obrigado a arrastar-me por um casamento no sábado e uma almoçarada no domingo. Os excessos foram pantagruélicos do estilo se metesse o dedo até à garganta sentiria a superfície do bolo alimentar deglutido.
Calculem a minha surpresa hoje de manhã, após subir penosamente para a balança, coração contrito, que se me depara uma grata surpresa: apenas 200 miseráveis gramas a mais que o peso de 6ª feira!
Reconsiderando mais friamente depois da emoção inicial, decidi investigar:
1) A balança estaria na sucata
ou
2) Teria eu poderes de levitação provocados pela recusa do meu inconsciente em ganhar peso.
Não querem saber que, após inumeros testes científicos, a 2ª hipótese se afirmou verdadeira?

sexta-feira, setembro 16, 2005

Entradas em diário apócrifo

...
O Rocinante está enfermo e ya num lo consigo ber devaixo de tanta mosca. No se quiere lebantar e yo tenho os pies feitos en mierda.
O sacana do Sancho cada bez está más gordo para malasuerte do burro.
O asno não o deixa chegar muy cerca e a cada tentatiba se vuelve e mostra a parte debajo dos cascos de tras, arreganhando el focinho.
Ainda num é hoxe que chegamos aos molinos.
Recebi uma carta de Dulcy. Está embarazada de tres meses. Hace seis que num a vejo. Seguramente que os mios espermatozoides estan tan cansados quanto eu. Chegan atrasados a todo el lado. Vaya suerte de una polla!
Escrevo esto com mios penantes de molho no peitoral da mia armadura. Mas por poco tiempo. Tiene muitos agujeros e perde água. Hay que aprovechar...
Dei as ultimas palhas a el corcel doente y num se quando puedo comer nobamente. Pancho que se lixe.
A ver manhana.
...

quinta-feira, setembro 15, 2005

Reminiscências e agradecimentos

Child pointing his testicles:
- Mom! Are these my brain?
Mom smiling:
- Not yet dear...

Agradeço a todos o apoio que entenderam dar-me. Ainda vale a pena estender a bandejinha.
Não passo sem uma boa regadela de pézinhos de vez em quando.
Obrigado do fundo deste órgão saltitante que, por enquanto, ainda pulsa nos cafundós da minha volumosa caixa torácica.

Всего хорошего для вас!

quarta-feira, setembro 14, 2005

Avós e netos

Devido ao falecimento do seu avô de 95 anos, o jovem Camilo foi dar os pesâmes à sua avó de 90 anos. Quando Camilo chega a casa dela encontra-a lavada em lágrimas e tenta consolá-la. Pouco depois, estando ela já mais calma, o neto aproveita e pergunta:

- Diz-me, Avó, como morreu o Avô?
- Foi a fazer amor, confessa a velhota.

Horrorizado, Camilo tenta explicar que as pessoas de 90 ou mais não deveriam ter sexo pois é perigosíssimo.

Esclarece a Avó:

- Fazia-mo-lo somente aos domingos, de há cinco anos para cá, com muita calma, ao compasso das badaladas da igreja. Ding para meter e dong para tirar...Ai, se não fosse o filho da puta do homem do carrinho dos gelados ainda o teu avô estaria vivo!

terça-feira, setembro 13, 2005

Dúvida existencial

Um blogue é para ser lido, ter muitas visitas e alguns comentários.
Se um blogue tem poucas visitas e raros comentários é porque não presta.
Este blog tem poucas visitas e os raros comentários que tinha estão a desaparecer.
Este blogue não presta e só está a ocupar espaço.
Logo...?

sexta-feira, setembro 09, 2005

Croniqueta


Tenho uma amiga do peito, a M..., que do alto do seu metro e meio é uma grande mulher. Pessoa empreendedora, dirige com mão de ferro uma instituição de confecção de Pronto a Comer.
Possuidora de um humor caustico, tem a capacidade de extrair, das situações mais dramáticas, aquele nada que nos ajuda, pelo seu caracter humorístico, a aguentar o desespero da ocasião.
Regressada de férias, após um mês de corpinho ao leu, salvo seja, hei-la que vai abrir o estaminé e depara-se com o congelador principal avariado.
A matéria prima em risco de depreciação força-a a chamar de supetão o representante de tão indispensável equipamento.
Da diligência resulta a visita de uma equipa de "especialistas" que chega, por assim dizer, em duas rodas raspando o alcatrão.
O time era constituído por dois lídimos representantes da actual classe operária nacional, a saber:
Um cidadão luso-africano, que de luso só teria, quiça, a nacionalidade, arvorado em capataz.
Um pós-adolescente caucasiano com longa grenha, piercings vários e loira barba insípida.
Simpático, o negro, deita-se a observar atentamente as várias intrigantes e complicadas partes do delicado equipamento, observação essa sustentada por monólogo ininteligível, o qual o diligente assistente resolve acompanhar com um balanceado ritmado do seu corpo delgado. Mas de longe! Não fosse o chefe solicitar-lhe ajuda.
A M. observava, deliciada a cena.
De repente e sem mais, ergue-se o nosso colorido personagem que, com um sorriso de arrasar indaga:
" Quanto medes, sinhora?"
Pelo inusitado da pergunta e pelo inesperado da mesma fica a minha amiga sem reacção, olhos esbugalhados e boca aberta.
" Sinhora, quanto medes?" insiste.
" Um metro e cinquenta e três, mas...porquê?" consegue articular.
" Descurpa, sinhora, é para ver si chega à prateleira mais alta do congelador de cima. Precisa retirar as coisa para reparar o mesmo, sinão vai buscar banco".
Feita a reparação sem mais história e com uma competência inquestionável, vão-se encaminhando para a porta, a M. e a equipa da qual só o preto trabalhou (que me perdoem a crueza da expressão) é claro.
Eis senão quando o africano comenta, sabiamente, apontando para uns canos que corriam junto ao tecto:
" Não fala de racismo, sinhora, mas quem pintou aqueles cano di branco? Deviam ser preto que funciona milhor."
Do esforço que fez para não rir a M. ainda guarda hoje, e já lá vai uma semana, um pequeno derrame na vista esquerda que lhe ficou por testemunha de tão curiosa ocorrência.

Bom fim de semana e divirtam-se.

quinta-feira, setembro 08, 2005

Chuva e dieta

Choveu. Assim como veio, foi-se. De beiços gretados a terra sentiu-se frustrada. Os dispiciendos pingos de água foram como pratos de "nouvelle cuisine" : encheram o olho mas não satisfizeram o principal.
E a propósito de cuisine e satisfação quero anunciar solenemente que estou a dieta.
Resolvi sofrer em desconto dos meus pecados que são bué, e em benefício deste corpinho que Deus me deu.
Ele é só sopa e fruta todo o santo dia. À noite dá-me vontade de dar dentadas no guardanapo que ainda tem restos dos deliciosos repastos de há dois dias .
Onde parará o ponteiro da balança na sua corrida desenfreada no sentido contrário aos ponteiros do relógio?
Antevejo-me já, flutuando, com uma corda presa a um tornozelo para que não desande para o Espaço.
Bem, isto é um pouco de exagero. Bastava-me não deixar marcas de passos na areia ou, poeticamente, ganhar ao colibri a corrida de quem, esvoaçando, cheira mais flores.
Sim, riam suas gordas e gordos assumidos.
Eu , orgulhoso, padeço, mas serei recompensado pelo desmesurado crescimento do meu ego.

quarta-feira, setembro 07, 2005

Perante o vazio

Só quem pinta conhece o terror de enfrentar uma tela em branco, quando em branco se encontra a nossa inspiração.
Um espaço desmesuradamente grande, sempre, cuja dimensão não depende de qualquer unidade física.
Conjecturo: Paisagem? Retrato? Natureza morta? Mas está tudo feito já, bolas!
Que esperam de mim? Que originalidade posso imprimir à tela? Que obra prima de mestre darei ao Mundo que se não confunda com a prima do mestre de obras?
É nesta luta intestina que se me esvai a vontade ultimamente. Preciso desesperadamente de ideias novas, de motivos apelativos, de formas inéditas, em suma. Preciso de talento.
E aí, meninos, ou tem-se ou não se tem. Não há nada a fazer.
Ou há. Faço versos...

De azul ultramarino se veste o mar profundo
E cerúlio é, do céu mais limpo, o tom.
Cinzentas são muitas nuvens neste mundo
No Sol se pondo, algum laranja é bom.

Que banalidade, Deus meu!

terça-feira, setembro 06, 2005

Sei lá

À primeira vista uma esfera de chumbo afunda-se na água.
No entanto podemos fazer flutuar uma esfera de chumbo oca. Basta que procuremos a espessura adequada.
Perguntam-me vocês: O que quer isto dizer? Qual o significado metafísico destas duas linhas?
Nenhum.
Qual o nome que vem à ideia?
Arquimedes. Eureka!
Porquê Arquimedes, logo hoje?
Não sei. Deu-me para aqui.

sexta-feira, setembro 02, 2005

Incompreensão

Porquê teus braços não se abrem num abraço
e de meus beijos nunca sentes a carência,
se os teus olhos me não deixam quando parto
e tua voz me grita ao longe, na ausência?



Bom fim de semana.

quinta-feira, setembro 01, 2005

Provocaçãosita

Comparem as declarações de Mário Soares feitas há dois meses com as de ontem.

Agora comparem essa atitude com esta:

...As imagens mais célebres da carreira política de Fidel Castro são duas gravações, feitas com um intervalo de poucos anos, na primeira das quais ele declara, referindo-se a si próprio e a seus companheiros de Sierra Maestra: "Não somos nem nunca fomos comunistas", e na segunda: "Sempre fomos e seremos sempre marxistas-leninistas."
Não é preciso ter nenhuma opinião sobre o sujeito que disse essas coisas. Ele próprio se julgou a si mesmo e colou na própria testa o rótulo identificador: "Vigarista." ...

(in A raiz do mal Olavo de Carvalho Zero Hora, 21 de agosto de 2005)
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